O sol alto e bem raiado, meu pai me acordou e disse: - ‘o neném vai nascer’, levante-se.
Estávamos na casa de minha avó Chicota, dormíamos todos no mesmo quarto, quando minha mãe começou o trabalho de parto.
Logo, dona Sônia, enfermeira que acompanhava minha mãe, percebeu que não seria um parto muito simples.
No final da manhã, depois de muito sofrer com as dores da mamãe, meu pai, não cabia em si de preocupação.
Como tudo em nossa família, tende haver o dedo de Deus, eis que aparece na casa da vovó, o tio Fernando Gouveia. Que, ‘aperriado’ como ele só, vendo o sofrimento de todos com as dores de sua irmã caçula, não titubeou e falou para meu pai: - “Vamos, vamos, compadre. Vamos levar a comadre pra Camocim!”.
Imediatamente, estávamos prontos para viajar. Não lembro onde e nem com quem meu irmão Emanoel ficou. Mas lembro que na saída, alguém o fez tomar a benção pra minha mãe.
Aquilo me fez chorar muito. Me emociono até nos dias de hoje, inclusive. Pois, foi a primeira vez que tive medo de perder minha amada mãezinha.
Naquele momento, embora com quatro anos de idade, percebia que tudo cogitava nesse sentido.
Em Camocim, fomos direto para o Hospital, onde pouco tempo depois meu segundo irmão nasceu, dia 24 de Março de 1975, assistido por uma freira, com 51,0cm e pesando 4,800Kg. Um verdadeiro gigante, para a época!