segunda-feira, 5 de julho de 2010

Água salgada

Quando moramos, pela primeira vez, em Camocim, em 1981, meu pai havia permanecido em Barroquinha, para exercer a função de pedreiro, com os clientes que já tinha.

Seria mais fácil assim, do que procurar trabalho no novo e mais concorrido endereço.

Todos os sábados ele ia para passar os fins de semana conosco, na princesa do mar.

Certa vez, no domingo, ele pegou a mim e meus irmãos e nos levou à praia. Mais ou menos na altura da pedra do mero.

Logo que começamos ao banho, percebi algo errado, mas não alarmei. Ora, nunca tinha entrado no mar, aquilo era novidade, portanto nada me fazia admirar.

No entanto, em dado momento, percebi que meu irmão Emanoel, também havia percebido algo estranho.

Sempre muito impulsivo, ele não se conteve:

-“Papai, vamos sair daqui, vamos mais pra ali. A água aqui é muito salgada”.

Lembro que meu pai sorriu levemente e explicou, carinhosamente a ele, que no mar, a água seria sempre salgada.

Isso sempre me fez rir. A ingenuidade do meu mano, assim como a minha própria, era enorme.

2 comentários:

  1. Gouveia Neto,
    Grata e grande surpresa com a tua bela iniciativa. Este é um espaço de conhecimento de realidades e curiosidades sobre lugares que, de outra forma, permaneceriam no anonimato. E também sobre as pessoas que as relatam. Parabéns e vamos aguardar o livro!

    http://www.adautomottajr.blogspot.com/

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  2. Gouveia Neto,
    Grata e grande surpresa com a tua bela iniciativa. Este é um espaço de conhecimento de realidades e curiosidades sobre lugares que, de outra forma, permaneceriam no anonimato. E também sobre as pessoas que as relatam. Parabéns e vamos aguardar o livro!

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