Na Barroquinha do meu tempo de criança, não tínhamos muita opção de divertimento, além dos jogos de futebol às tardinhas.
No entanto, outra opção, das poucas que nos restava durante todo o ano, era a de brincar de bandeirinha.
Falo durante todo o ano, por algumas diversões serem, por assim dizer, sazonais. Ou seja, o inverno proporcionava que brincássemos no jogo de bilas e de soltar pião. No verão, soltávamos papagaios, as pipas. Apenas o futebol e a bandeirinha, podíamos brincar o ano inteiro.
A bandeirinha, consistia em traçar uma listra no chão e fincar um bastão nas extremidades de cada terreno dividido, representando uma bandeira. A finalidade da brincadeira era fazer com que um time evitasse ao outro ultrapassar a listra para resgatar o bastão fincado ao fundo.
As equipes, não necessariamente existiam um numero exato de componentes, ficavam frente a frente e alguém sempre estava tentando entrar no lado adversário para resgatar a bandeirinha representada pelo bastão.
Quando um dos componentes do time adentrava na área adversária para pegar o bastão e era tocado por um dos membros da outra equipe, ficava preso neste lado, junto do bastão, aguardando que outro membro de seu time viesse resgatá-los.
Assim, o time que ficava com menor número de componentes estava propício a perder o jogo. Pois, o ataque do time adversário poderia ser em maior número de jogadores e os defensores não eram suficientes para evitar o resgate da bandeirinha.
Neste caso, a única opção dos defensores, era tocar o adversário que portava a bandeira. Este continuava preso ao terreno, e a brincadeira continuava até que houvesse um vencedor.
Optávamos por brincar em frente nossa casa, isso quando nossa mãe permitia. A pronúncia de palavras de baixo calão e pornografias que se dirigia, muitas vezes, a genitora dos ofendidos, não a agradava.
Todavia, dávamos sempre um jeito de participar da brincadeira.
Em frente a casa do Tio Bento Marcelino, tinhamos encontro marcado para brincar da bandeira, acho que já eramos viciados...
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